A implantação do Expresso no Serpro foi iniciada em outubro do ano passado, está praticamente concluída. Segundo os técnicos da empresa de processamento de dados, pode ser considerada um caso de sucesso a ser replicado no governo federal.

De acordo com o supervisor da equipe de administração e suporte para correio livre, João Trindade, a migração só não alcançou 100% ainda porque falta o residual de algumas caixas postais corporativas. “Mas o processo será concluído em breve.”

Ele informa que são 7,7 mil usuários lotados no Serpro, além de 3,1 mil novas contas de correio, criadas para empregados que encontram-se em clientes e que, por limitação da licença da antiga ferramenta, não contavam com um endereço @serpro. “Sem a implantação do Expresso, seria impossível chegar ao atual quantitativo de usuários no correio”, esclarece Trindade.

Dentro do cronograma de implantação do software livre nos órgãos do governo federal, a próxima “estação” prevista do Expresso é a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão para o qual o Serpro disponibilizou 3,1 mil caixas de correio, com previsão de implantação até o fim de fevereiro. Também encontram-se em processo migração usuários dos Ministérios do Planejamento e da Integração Nacional.

Segundo Trindade, as vantagens de uma solução desenvolvida em código aberto não se restringem apenas à economia financeira com o pagamento anual de licenças. “Devemos considerar também o custo zero do software inicial e a internalização do conhecimento sem custo adicional”, esclarece ele, ao destacar que a independência tecnológica não pode ser “precificada”, principalmente quando é o estado que se apropria desse conhecimento.

Para este ano, Trindade adianta que o Serpro prepara algumas implementações que colocarão o Expresso na vanguarda dos sistemas de comunicação pessoal e corporativa. Entre os novos serviços que estarão disponíveis aos usuários do governo, ele cita a mensageria Instantânea através do acesso ao Expresso via web, voz sobre IP (VoIP), acesso a dispositivos móveis, como celulares e palmtops, encriptação e assinatura de mensagens, edição de e-mails com imagens, implementação de acessibilidade, metadiretório, serviço de listas de distribuição automatizadas e com moderadores, serviço de workflow e serviço de monitoração e gerenciamento.

O Expresso foi desenvolvido pela Companhia de Informática do Paraná (Celepar) e desde 2005 é a ferramenta de comunicação eletrônica do governo daquele estado. Ao criar o sistema, a meta da Celepar era oferecer aos usuários uma solução econômica, eficiente e que reunisse várias ferramentas em uma única aplicação. A partir dessas especificações, a empresa paranaense desenvolveu, em código aberto, uma solução de correio eletrônico, agenda e catálogo de endereços.