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14/12/2007 - Práticas anti-sindicais do Carrrefour

CGT francesa manifesta solidariedade à Constracs/CUT e multinacional concorda em abrir negociação

Por: Leonardo Severo

Em nota oficial, a CGT francesa manifestou solidariedade à Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contrac/CUT) em sua luta contra as práticas anti-sindicais da multinacional, que tem abusado da violência e da repressão contra os trabalhadores e suas organizações. Na semana passada, os representantes da CGT francesa, Bernard Thibault, secretário geral; Phillippe Texier, da executiva e Helen Bouneaud, do Departamento Internacional, se reuniram com dirigentes da CUT nacional e da Contracs, quando reiteraram a necessidade da multinacional abrir diálogo com as entidades representativas.


Citando um caso ocorrido no mês de agosto na cidade de Osasco, em São Paulo, a CGT francesa condenou a arbitrariedade da empresa que, "em vez de abrir negociações, tomou a decisão de recorrer à Policia Militar para combater um movimento pacifico, onde a PM fez uso de força contra os manifestantes (spray de pimenta, pancadas, detenção)".


Diante dos crescentes protestos em todo o Brasil contra as práticas anti-sindicais e da pressão exercida pelos companheiros franceses, a direção do Carrefour no Brasil se comprometeu a abrir as negociações já no início de janeiro. Em conversa com o diretor de Recursos Humanos da multinacional, Douglas de Souza Soares, os três dirigentes da CGT francesa e os diretores da Contracs Alci Matos, Valeir Ertle e Luciano Pereira Leire, ficou acordado que o debate se dará em torno de uma pauta a ser apresentada pelos trabalhadores.


O secretário geral da CGT francesa destacou ainda a necessidade de que o Carrefour cumpra com o Acordo Marco Internacional e suas normas, bem como respeite os preceitos da Organização Internacional do Trabalho quanto à liberdade sindical e negociação coletiva.


"Uma das questões que o Comitê Sindical Nacional dos Trabalhadores do Grupo Carrefour quer que seja dada prioridade é a resolução dos problemas existentes nas unidades. Com a participação dos representantes locais, temos melhores condições de debatê-los e solucioná-los. Muitos deles, ao serem resolvidos, impactam positivamente, melhorando as condições de trabalho no conjunto das unidades. Outros são mais específicos, mas ficam mais próximos de ser solucionados com a abertura das negociações, com diálogo, não com intransigência", declarou a presidente da Contracs, Lucilene Binsfeld (Tudi).


De acordo com a líder comerciária, o Comitê definiu recentemente que a luta pela PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) deve ser acompanhada por mecanismos que tornem possível aferir a proposta, possibilitando uma averiguação da realidade da empresa. "Até para saber se as metas são atingíveis ou não, precisamos garantir a participação dos trabalhadores, que devem ter respeitado o seu direito à livre organização. Buscamos uma distribuição dos lucros, que não são pequenos. Afinal, os trabalhadores são a mola propulsora deste lucro, e nada mais justo do que os Sindicatos, prezando pelo diálogo, garantam o seu papel legítimo na negociação", concluiu.


Ìntegra da carta enviada pela CGT da França ao Grupo Carrefour

Senhor Jacques BAUCHET

Diretor Geral do Grupo

Objeto: Manifestação pacífica e repressão policial Brasil

Senhor Diretor Geral dos Recursos Humanos,

A Contracs e as confederações da CUT do BRASIL nos alertaram sobre comportamentos graves e inadmissiveis da direção do Carrefour Brasil, ocorridos no mês de agosto de 2007, depois de uma mobilização do conjunto dos assalariados da loja Osasco em relação a uma justa revindicação: o direito à participação nos lucros e resultados da empresa, em conformidade com a legislação brasileira.


Alci, da Contracs: covarde agressão
Em vez de abrir negociações, a direção do Carrefour Brasil tomou a decisão de recorrer à Policia Militar para combater um movimento pacifico. A PM fez uso de força contra os manifestantes (spray de pimenta, pancadas, detenção) a pedido do Carrefour.

Estamos profundamente consternados pela maneira de atuar da direção do Carrefour Brasil, que entra em total contradição com as intenções do grupo escritas no site da empresa na França, que faz elogios à ética social do Carrefour no mundo:


Prioridade ao diálogo para avançar juntos

Garantir a liberdade sindical e a negociação coletiva com a UNI

"Comprometido com o respeito dos direitos fundamentais do trabalho em todos os países onde está estabelecido, o Carrefour assinou em 2001 um protocolo de acordo com a Organização Sindical Internacional UNI (Union Network International). O grupo condena o trabalho das crianças e se compromete a vigiar a aplicação dos princípios emitidos pela convenções da OIT
(Organização Internacional do Trabalho) em matéria de liberdade sindical e de negociação coletiva.

Promover o diálogo com os parceiros sociais.

Empresa multinacional, o grupo Carrefour está dedicado ao diálogo social e a concertação com os diferentes atores sociais em todos os países onde se encontra. As direções dos países são autônomas para administrar suas relações com as organizações locais e também com as organizações sindicais. Este dialogo social permite muitas vezes ao grupo Carrefour melhorar de
maneira acordada as condições de trabalho e de assinar acordos constitutivos e novas vantagens como também garantías sociais para seus colaboradores. »

Constatamos evidentemente que frente ao discurso e aos métodos, a multinacional Carrefour vive uma grande disparidade entre filosofia e comportamento.

O grupo Carrefour tem que lembrar incontestavelmente a esta direção nacional de não tratar os trabalhadores dessa maneira e de impor a aplicação imperativa e o respeito da legislação brasileira.

Não aceitamos que os trabalhadores de qualquer pais sejam tratados desse jeito.

A nossa organização sindical nunca aceitará atos escandalosos como este.

Esperamos que vão chegar muito rapidamente a adequar seu discurso com suas ações e desejamos receber uma resposta com a sua posição sobre este ato escandaloso.

Pedimos-lhe, Diretor Geral dos Recursos Humanos, de receber os nossos mais
sinceros respeitos.

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