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19/11/2013 - DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

 Maria Isabel Caetano dos Reis* 

A CUT jamais se calará diante da atrocidade da discriminação racial e lutará, com todos os trabalhadores e trabalhadoras, para definitivamente colocar os negros no seu devido lugar, de respeito e dignidade, com igualdade de oportunidades e condições de vida decentes.

Um lugar devido a uma parcela enorme da população que foi vítima historicamente de violências das mais variadas, como a escravidão, o isolamento, a miséria e a falta de acesso a bens e serviços,  mas que contribuiu e contribui, literalmente com suor, sangue e milhões de vidas, para a construção desse país.

Não basta mais apenas constatar e refletir sobre a grave desigualdade dos negros na sociedade e no mercado de trabalho. Há décadas as pesquisas vêm repetidamente mostrando que:

· os negros são maioria (60%) entre desempregados do país;

· mesmo compondo a maioria na população (51%), os afrodescendentes ocupam um percentual menor de vagas (48,2%) no mercado;

· os negros e as negras recebem em média 64% da remuneração dos outros trabalhadores;

· mesmo com graduação superior, os negros e as negras continuam recebendo salário menor (R$ 17,39 por hora contra R$ 29,03) e

· os negros e as negras não têm as mesmas chances de crescimento profissional. (Segundo o Dieese, em cada grupo de cem negros, menos de quatro chegam a cargos de direção e planejamento. Entre os brancos, 18 chegam aos cargos superiores).

Houve algum avanço nesses anos, mas ainda é totalmente insuficiente. Não dá para seguir vendo a população negra liderando estatísticas de pobreza e de violência. São cinco negros assassinados para cada branco.

Precisamos intensificar nossa atuação e colocar patrões, parlamentares e governos contra a parede pra mudar esse quadro. Dependemos apenas e tão somente de nossa capacidade de luta. Nada veio nem virá de mão beijada. Tudo que conquistamos foi com garra. Queremos que as propostas apresentadas há décadas saiam do papel, saiam dos relatórios de encontros, seminários e conferências (como a recente III Conapir), e sejam rapidamente implementadas.

A CUT e os sindicatos filiados devem seguir cobrando, com mais vigor, dos governos federal, estadual, distrital e municipal a agilização de programas inclusivos da população negra com oferta de educação formal e profissionalizante, saúde e habitação, com geração de empregos, especialmente para os jovens negros (de 15 a 26 anos) que correspondem a quase 60% dos afrodescendentes do Distrito Federal.

Vamos brigar para que recursos sejam efetivamente destinados para as políticas afirmativas. Queremos ver cumpridas todas as promessas, como a destinação aos negros e às negras de 20% das vagas em concursos públicos federais.  Insistiremos para que os órgãos públicos cumpram a lei que determina o ensino da história e da cultura afro-brasileira na escola pública.

Os sindicatos, por sua vez, devem reforçar as pautas de reivindicações nas campanhas salariais, com cláusulas que:

· determinem a  igualdade de salário (entre raças e entre gêneros) e de oportunidades para contratação e para crescimento profissional,

· assegurem respeito à diversidade e à não discriminação racial nas contratações;

· estabeleçam  cotas nas vagas de emprego;

· promovam campanhas de conscientização; e

· criem canais de denúncia e apuração de casos de preconceito nas empresas.

Tudo isso está previsto na legislação trabalhista e em convenções da OIT, assinadas pelo Brasil, que tratam da promoção da igualdade de direitos e de remuneração no trabalho. Algumas categorias, como bancários, metalúrgicos, químicos, eletricitários e de processamento de dados já saíram na frente nessas luta. São exemplos que todos os demais sindicatos devem seguir.

A CUT Brasília está comprometida com a luta pela inserção do negro na sociedade brasileira. Não medirá esforços para isso, pois faz parte da nossa meta que é a construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária. Queremos que nossa luta esteja à altura da memória de Zumbi dos Palmares, líder negro que morreu combatendo a escravidão em 1695, e a quem homenageamos no Dia da  Consciência Negra (20 de novembro) e nessa Semana. 

 

* Maria Isabel Caetano dos Reis é secretária de Combate ao Racismo da CUT Brasília, presidente do Sindiserviços-DF e secretária de Organização do Setor de Serviços da Contracs. 

 

Fonte: CUT/Brasília

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