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25/04/2025 - EDITORIAL: ENVELHECER É HONRA, NÃO DESCARTE

Vivemos em tempos de grandes avanços tecnológicos, mas também de retrocessos humanos. O que dizer de uma sociedade que, ao invés de valorizar a experiência, tenta silenciá-la? O que dizer de empresas públicas, como Serpro e Dataprev, que cogitam ou executam demissões com base na idade de seus trabalhadores, como se o tempo vivido fosse um critério de exclusão?

É preciso denunciar com todas as letras: isso é etarismo. Uma forma sutil e covarde de discriminação que trata os mais velhos como descartáveis, como se seu tempo de contribuição já não valesse mais nada. Como se a sabedoria acumulada, a história construída, o compromisso com o serviço público e a dignidade humana pudessem ser varridos com um simples desligamento. 

Mas a vida não funciona assim. O Papa Francisco nos lembra, com a clareza de um sábio e a ternura de um pastor, que “velho não é sinônimo de descartável”. Pelo contrário, ser velho é carregar consigo valores profundos como discernimento, ponderação, escuta e sabedoria — qualidades que escasseiam no mundo da pressa e do imediatismo. 

Envelhecer, como bem disse o Papa, não deve ser temido, nem mascarado, mas acolhido com orgulho. A tentativa de "adoçar" a realidade da velhice, escondendo-a ou empurrando-a para fora dos espaços de decisão, é uma traição à verdade. Cada ruga, cada passo mais lento, cada olhar experiente carrega uma bagagem que nenhuma inteligência artificial pode simular: a vivência real da construção de um país e de uma carreira. 

E é essa vivência que agora tentam apagar. 

Na Dataprev, trabalhadores com mais de 60 anos e salários dignos estão sendo apontados como “alvos” de demissão. No Serpro, tentaram iniciar um processo de desligamento compulsório aos 70 anos. Foi necessária a ação firme e coordenada do SINDPD-DF, junto com o Ministério Público do Trabalho, para barrar esse ataque — e garantir que a Justiça reconhecesse o absurdo de desligar alguém simplesmente porque o tempo passou.

A cultura do descarte precisa ser enfrentada. E será. 

É preciso lembrar: quando somos jovens, muitas vezes não pensamos no envelhecimento. Tudo isso parece distante, até irrelevante. Mas o tempo é justo com todos — e o que hoje parece bobagem, amanhã pode ser nossa realidade. Por isso, é essencial cultivar desde agora o respeito por quem veio antes. Precisamos olhar para frente com empatia e sabedoria, porque um dia poderemos estar na mesma posição. E ninguém quer ser tratado como invisível. 

O SINDPD-DF está em alerta, mobilizado e atuante. Denunciamos as práticas etaristas e seguiremos exigindo respeito, justiça e humanidade. Não se trata apenas de defender empregos — trata-se de defender a dignidade, a história e o valor de pessoas que dedicaram sua vida ao serviço público, à tecnologia e ao desenvolvimento do país. 

Que fique claro para gestores, autoridades e sociedade: envelhecer é um privilégio. E quem despreza os mais velhos, despreza a si mesmo. 

SINDPD-DF — Contra o etarismo. Pela dignidade. Pela experiência que constroi.

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